Hello, hello, hello!
Assim que eu soube da possível volta de The L Word meu coração acelerou! The L Word foi um marco no começo da minha vida adulta. Eram muitas semanas de espera.
Assisti à série desde a primeira temporada, em DVDs piratas contrabandeados às quartas-feiras no Farol Madalena. Era um alvoroço, uma disputa como se aquela meia dúzia de discos fossem essenciais para a nossa existência. A segunda temporada veio contrabandeada por uma amiga de uma amiga, lá dos Estados Unidos, sem nenhuma legenda, assisti entre uma sexta a noite e um sábado a tarde, sem pausas ou intervalos.
A terceira temporada já foi mais fácil. A Warner anunciou que The L entraria na sua programação de drama. E assim, as segundas-feiras tornaram-se de espera pelas 23 horas. Afinal, como teria um seriado de drama sapatão em outro horário, não é mesmo?
The L Word foi tão marcante que até hoje, 8 anos depois da exibição de seu último (e sofrível) episódio, ainda tem muita relevância na vida de qualquer mulher que está se descobrindo. E é interessante como a série pode ter um peso e uma significância diferente em cada momento da nossa vida.
Eu já assisti ao The L Word umas 4 ou 5 vezes e ainda me pergunto quando teremos uma série com temática lésbica tão relevante e pungente quanto The L Word. Algumas tentaram, até mesmo os produtores de The L Word tentaram, mas isso eu vou falar mais para frente.
Agora, como um grupo de patricinhas padrõezinhas de Hollywood conseguiu conquistar todos os estilos de lésbicas ao redor do mundo? Representatividade! Aquela que a gente tanto fala que importa. The L Word foi a primeira série que colocou lésbicas em papéis centrais, humanizados e não-humorísticos. Inovadora, controversa e atual. A série foi tantas coisas que até hoje, nenhuma outra conseguiu se igualar em seu papel.
O crescimento das personagens, que foram saindo da futilidade da primeira temporada, é incrível, a carga emocional dos episódios, a construção do roteiro e muito mais. A série tem defeitos? Tem sim. Mas para que focar nisso ao invés da representatividade, não é mesmo?
Claro que aqui eu falo da primeira até a quinta temporada. A sexta é algo que eu gostaria de esquecer. Destruíram alguns personagens, foi um desastre e deixou muitas de nós sem um fechamento decente para a ligação emocional que tivemos com a série ao longo de 5 anos.
A série ainda teve uma tentativa de spin-off que teve apenas o piloto filmado. O spin-off se passava em uma prisão e era protagonizada pela Alice, dando a entender que seria ela a assassina de Schecter (Muito visionária sim! O OITNB original! hahahaha)
Ainda assim, eu nunca tinha falado de The L Word aqui no blog. Eu não estava pronta. Mexer com Bette, Tina, Shane, Helena e Alice era mexer comigo. Mexer com uma parte de mim que ainda luta para estar presente. Elas, as personagens, foram minhas amigas durante anos após a minha saída do armário. Elas acompanharam cada passo, cada decepção, cada transa, cada culpa e cada alívio da Mazzuka de 18 anos, que era completamente inadequada para tudo. Elas representavam tudo que me interessava, quando eu ainda não conhecia quase ninguém.
Eu ainda tive algum fechamento com as minhas melhores amigas lendo uma fanfic da sétima temporada na época. Quem quiser ter uma ideia do que se tratava, vou deixar aqui.
Algumas curiosidades sobre a série:
- A personagem Marina teve que sair da série porque a atriz brigou com a Ilene Chaiken, criadora e produtora da série. (Muito triste não ter esse crush nas temporadas seguintes)
- Ainda sobre brigas, no retorno da série, provavelmente não teremos Tina. A Laurel brigou feio com a Jennifer Beals (Bette) e as duas não se falam há muitos anos. Muitas vezes o retorno da série foi cogitado e em todas a Laurel afirmou que não voltaria. Hoje, ela é uma artista que tem alguma relevância e faz exposições nos EUA e na Europa.
- O retorno da série pode desconsiderar completamente os acontecimentos da sexta temporada.
- A sexta temporada é curta pois a produção e o canal não entraram em acordo. A série teve que ser finalizada as pressas e sem a participação da Ilene.
Dá para ver um pouco da Ilene falando da importância de The L Word e de seu retorno aqui embaixo:
Estou muito animada com o retorno de The L Word e tenho mais algumas opiniões para discutir com vocês, mas The L tem tanto conteúdo que dá para fazer uma série de posts. Quem sabe….
E para vocês, o que significou The L Word?
Beajs!